A despeito do caos na saúde pública, nos meios de transporte, na educação e na segurança pública do Rio de Janeiro, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) parece mesmo é de gostar de temas espirituais.
O assunto espiritual tem tomado conta daquela Casa de leis de tal forma que até os espíritos devem estar boquiabertos, com tamanha atenção dispensada a eles, por parte dos nossos ‘nobres’ deputados estaduais.
Em junho de 2009, a ALERJ aprovou o Projeto de Lei 1917/2008 que declara o Dia de Iemanjá como patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Em fevereiro deste ano, o Plenário da ALERJ aprovou o Projeto de lei 1924/2008 que declara o Dia de Oxum como patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Ambas as aprovações sem resistência da maioria dos parlamentares da ‘bancada evangélica’ (inclusive alguns deputados evangélicos saíram na hora da votação para não se comprometerem).
Obs: o texto deste parágrafo foi mudado. O deputado Edson Albertassi foi o único deputado a emitir parecer contrário aos projetos que veneficiam a umbanda, em detrimento de outras religiões.
Para não ficar de fora da corrida à espiritualidade, o deputado evangélico Edino Fonseca resolveu engrossar o rol dos patrimônios imateriais e propôs o Projeto de Lei Nº 3134/2010 o qual declara Jesus Cristo como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro.
Justificando seu projeto, o deputado Edino Fonseca alegou que, já que temos a estátua (do Cristo Redentor – o que seria o patrimônio material), nada melhor do que termos a pessoa dele como propriedade do povo fluminense.
Todavia não pára por aí. O deputado Edino Fonseca é pastor evangélico. Presume-se que deveria saber toda a história bíblica sobre Jesus, mas, segundo consta no Projeto de Lei, toda a narração da vida de Jesus não saiu diretamente das páginas da Bíblia, nem de livros evangélicos, mas da (acredite se quiser) enciclopédia Wikipédia, que é passiva de erros. Não se teve, ao menos, a preocupação de se consultar uma fonte fidedigna.
Para não dizer que este projeto de lei é cômico, é preferível afirmar que é trágico, zombeteiro e merece ser repudiado.
O Redentor da raça humana não é um ser inexpressivo. O Leão da Tribo de Judá não é uma coisa. O Desejado de todas as nações não está à venda, nem sendo oferecido na esquina. O Alfa e o Ômega não está à procura de alguém que possa adotá-Lo, nem almeja ser indiferentemente lembrado.
Esse projeto de lei descabido é, nada mais, nada menos, uma afronta ao próprio Deus.
O apóstolo Paulo assim escreveu aos Filipenses 2.9-11
“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um Nome que está acima de todo o nome, para que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho – de seres nos céus – de seres na terra e de seres debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. (Filipenses 2:9-11).
Estamos ‘acostumados’ com aberrações políticas, mas nada se compara a esta – Jesus e os espíritos caídos num mesmo patamar, o da patrimoniedade imaterial. Todos os limites da sã consciência foram extrapolados.
O uso do Salvador da humanidade para fins políticos, só vem corroborar que na ânsia desenfreada pelo poder, muitos homens de Deus se perdem e pouco se importam se estão profanando ou escarnecendo dAquele que não divide sua glória com ninguém.
A liderança evangélica no Rio, assim como os demais evangélicos tem o dever de pressionar o deputado Edino Fonseca a retirar esse malfadado e profano projeto de lei, antes que vá à votação em Plenário. Cabe também a todos os evangélicos do estado a decisão sobre a permanência ou não do deputado Edino, naquela Casa legislativa, a partir de 01/01/2011.